segunda-feira, 23 de julho de 2018

SAÚDE PÚBLICA - PARTE I / BRASIL



         Não tenho por hábito usar casos isolados para fazer comparações ou avaliações, principalmente em temas tão importante quanto a saúde mas, me perdoem, não posso deixar de narrar dois acontecimentos que vivenciei aqui em Portugal  há três semanas e aí no Brasil há dois anos.

         Vamos começar pelo Brasil

          Em 2016 passei os meses de abril, maio e junho aqui em Portugal. Só podia ficar três meses, no máximo, em razão do prazo que se tem para ficar aqui como turista.

          Voltei em 30.06.2016 para o Rio de janeiro e no dia primeiro de julho, de madrugada, tive um mal-estar com dor no peito, um apêrto muito forte na região do coração, uma queimação e muito suor, isso durante uns dez minutos. Acordei a Eliete, meio preocupado, nunca tinha sentido nada parecido mas, felizmente, passou.

         No dia seguinte, voltei a sentir os mesmos sintomas e resolvi, então, ir até o UPA de Copacabana, na época ainda bem aparelhado. Lá o médico achou tratar-se de uma crise de ANGINA e aconselhou-me, repito aconselhou-me a procurar um cardiologista.

          No outro dia voltei a sentir exatamente a mesma coisa, a minha filha que é bancária, conseguiu uma consulta com um cliente dela, cardiologista, logo no dia seguinte e após uma série de exames ele confirmou a suspeita do colega do UPA, tratava-se, realmente, de um caso de Angina.

         Como não tenho plano de saúde, ele conseguiu através de um amigo dele que trabalhava na época no Hospital  do Coração de Laranjeiras a marcação de um exame de cateterismo para o final de setembro,  uns três meses depois.

          Acontece que as crises de Angina foram se sucedendo, diariamente, e o médico de Laranjeiras foi antecipando a data do cateterismo, até que no dia 27 de julho, após o 25º episódio ele conseguiu marcar a intervenção para o dia seguinte, 28 de julho de 2016 quando completei 26 episódios de Angina devidamente anotados num controle que a Eliete elaborou, com horário, atividade, tempo de duração, etc.

          Então, dia 28 de julho de 2016, após mais um episódio, finalmente fui atendido no Hospital de Laranjeiras e passei por um exame de cateterismo, onde constataram que a minha artéria principal estava com mais de 70% de entupimento, além das outras duas artérias também apresentarem entupimentos de menor gravidade.

         Imediatamente os médicos me comunicaram a gravidade do quadro e informaram que passariam do procedimento de cateterismo para uma Angioplastia com implante de um Stend, uma espécie de mola que introduzem na parte entupida da artéria e forçam o seu alargamento.

         A intervenção foi perfeita e eu tive a minha vida salva mas devo confessar que estes 28 dias consegui me manter vivo por algo inexplicável.  Todos os médicos, enfermeiros, atendentes, enfim, todas as pessoas com as quais tive contato me garantiram que eu fui agraciado com um verdadeiro milagre.

          Dentro de cinco dias esse episódio final completará dois anos e acabei de assistir um video do RJ-TV mostrando o estado dos principais hospitais estaduais do Rio de janeiro como o Souza Aguiar, Miguel Couto, Hospital do Meier, totalmente sucateados, atendendo pacientes em estado grave no chão.  No chão, por falta até de macas.

         Aqui encerro a primeira parte desse tema que gostaria de não ter trazido para um blog voltado para coisas boas, viagens, passeios, turismo.

         Mas por favor, já que você teve paciência de chegar até aqui, faça um pequeno esfôrço e leia a postagem seguinte.  Isso é muito importante!

     

       

Nenhum comentário:

Postar um comentário